Aproveitando os outros sentidos

Deficiente Visual sendo ajudado para entrar numa sala de cinema. Foto: Pexels

Sob pressão II!🆙2️⃣📣🗯️📢🔈📣➕

Na parte II do tema "Coisas que a falta de visão te forçam a fazer”. Falei que este assunto dá muito pano pra manga, lembram?🤩🤔 Neste mês, direcionei pra área mais subjetiva, para benefícios mais comportamentais e cognitivos… sim, porque a deficiência visual é um saco, porém, também é cultura, minha gente!😄🤭😳!

Então, DV’s queridos, bora tirar proveito das circunstâncias! E tu, vidente: continua tentando sair da tua zona de conforto. Testa e brinca para comprovar o quanto vocês estão presos à visão. Bora praticar o uso dos outro sentidos.😜🙂. Vamos lá!😁

“ Não vejo nada mesmo quando acendo a luz….”

Apesar de ter falado um pouco sobre isto no mês passado, preciso pontuar novamente: não ter visão te faz potencializar os outros sentidos. Quem tem deficiência visual ou auditiva, por exemplo, não tem os outros sentidos mais aguçados, conforme muitas pessoas dizem. Nós precisamos aguçá-los, aprendemos a desenvolvê-los por uma questão de sobrevivência! São eles que fazem a gente identificar lugares e pessoas, situações de perigo, e qualquer outra situação, o que é bem difícil no início, mas, com o passar do tempo, torna-se algo automático.

Este processo acontece tanto pra quem nasce ou se torna DV bem cedo, quanto para quem se torna mais tarde: é fundamental treinar esta habilidade para que ela seja incorporada no teu cotidiano, tornando-se eficaz e segura. Não dá pra, simplesmente, se jogar numa situação que te exija isso sem preparo ou treinamento. Por isso, é importante que alguém da tua confiança te acompanhe e te auxilie nos primeiros momentos, assim como sugiro na questão da bengala, pois, usar os outros sentidos também exige prática, além de funcionar como olhos.

Assim como tudo na vida, praticar vai fazer com que tu te sintas mais seguro, estando cada vez mais apto a se virar sozinho. Claro que, mesmo te dando um pouco mais de autonomia, esta rotina não exclui a necessidade de ajuda de outras pessoas, mas, te dará confiança e ânimo pra seguir teu caminho rumo à maior independência. Começar treinando dentro de casa, fazendo testes como identificar produtos através do olfato, identidades através da audição, como vozes de atores, cantores e as próprias pessoas que fazem parte da casa. Misturar sons como de carros em movimento com buzinas, semáforos sonoros, chuvas e ventos, pessoas falando, são formas de trabalhar esta identificação com vários sons ao mesmo tempo, obrigando a gente a pensar rápido na situações de risco, como atravessar a rua ou lidar com multidões, por exemplo. Segurança e orientação em espaços públicos

Outra coisa importante que eu também já mencionei aqui no blog é a apropriação dos lugares onde a gente vai, especialmente aqueles que têm saída de emergência e que comportam muitas pessoas, como cinemas, teatros e estádios. É sempre bom sabermos onde ficam as saídas de emergência e como acessá-las partindo da onde nós vamos sentar ou permanecer durante o filme ou show/espetáculo. Assim, vamos nos sentir mais seguros e tranquilos diante de uma possível situação de emergência. Nestes espaços, também é importante informar a produção e os funcionários do local sobre a tua condição. Normalmente, existe uma equipe preparada pra este tipo de coisa que já é avisada sobre as pessoas que precisam de mais atenção. Potencializar os demais sentidos fazem com que a gente consiga memorizar com mais rapidez e facilidade os locais conhecidos e desconhecidos, o que é crucial em qualquer momento. A gente só ganha sabendo se virar Interpretando e usando todos os recursos que temos.

Videntes também podem brincar desta forma, vendando ou fechando os olhos. nunca é demais saber usufruir daquilo que temos e que, muitas vezes, até esquecemos que temos. Por isto, te sugiro que também faça este treinamento, porque, mesmo usando mais a visão, é bem valioso saber que temos mais sentidos que podem nos ajudar tanto quanto ela. Então, partiu praticar!🤓🙏🏼👍🏼💪🏼💪🏼 #DeficiênciaVisual #SentidosAguçados #TreinamentoSensorial #Autonomia #Inclusão