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“…. E eu não sei em que horas dizer, me dá um medo, que medo….”

  • Foto do escritor: Camila Monteiro
    Camila Monteiro
  • 23 de ago. de 2024
  • 3 min de leitura

Medo: lugares com multidões e atender a porta sozinho em casa.



Jovem deficiente visual perdida e com medo em shopping lotado
Jovem deficiente visual perdida e com medo em shopping lotado. Imagem gerada por IA

 Aiiiii!😨! Lugares lotados, como shows, shoppings em dias de liquidação, beira da praia em um dia de sol no verão, aeroportos, estações rodoviárias e paradas de ônibus entupidos de gente no centro das cidades, onde, normalmente, se concentra tudo, ou quase tudo causam pavor e agonia em quem não enxerga.

Primeiro, porque, caso o espaço tenha algum tipo de piso tátil ou recursos comuns de acessibilidade, como corrimão nas escadas, por exemplo, fica bem difícil pra um DV usufruir. Infelizmente, a maioria das pessoas não respeita e, às vezes, nem sabe a importante função destas ferramentas, fato que faz com que elas interrompam os caminhos e fiquem encostadas, descansando, bem no acesso à escadas e rampas. este tipo de atitude prejudica e causa riscos ao DV e, por isto, é fundamental que os organizadores dos eventos de grande porte sejam treinados e estejam preparados para chamar a atenção das pessoas que não colaboram com a inclusão.

Outro ponto importante é o posicionamento do próprio DV com relação à sua segurança. Independentemente dos funcionários disponíveis nos eventos, a pessoa prejudicada precisa alertar os “coleguinhas intrusos e sem noção”. Pedir com gentileza, porém, com firmeza para que as ferramentas de acessibilidade sejam liberadas também é função de quem precisa utilizá-las, já que, ninguém tem a obrigação de adivinhar que tu tem deficiência visual, mas, tu tem o dever de te colocar em segurança.

Segundo, lugares cheios de gente são barulhentos e, por isto, atrapalham muito a nossa audição, sentido que usamos para nos orientar. É claro que não vivo no “mundo do pirulito encantado”, querendo silêncio ou cochichos nos eventos com muita “muvuca”, porém, é fato que a poluição sonora deixa a gente bem perdido.

A solução para este tipo de percalço é sempre procurar alguém da produção ou algum funcionário do espaço pra te ajudar, ou, procurar ir até esse tipo de evento sempre acompanhado, pois alivia a tensão, te deixando mais tranquilo. eu, por exemplo, costumo ir sozinha há shows e espetáculos em geral somente em teatros. me sinto mais segura e sei que posso contar com o pessoal que está trabalhando no local. quando quero ir a shows e espetáculos em estádios ou auditórios maiores, vou sempre com alguém e busco lugares onde posso sentar, nunca em pistas com os “unidos do sovaco”.😓!

Outra coisa que dá um medo é atender a porta estando sozinho em casa. O segredo aqui, é sempre deixar que a pessoa diga quem é e da onde vem, tipo: "sim" ou “quem é?“. Aí, a pessoa responde: “entrega do Mercado Livre “, ou “entrega para fulano de tal da Amazon“. Assim, tu tem certeza de que não é algum golpe ou um “pega ratão” de alguém mal intencionado.

Outra alternativa é confirmar com quem mora contigo, se tem alguma entrega programada ou a possibilidade de alguém chegar antes desta pessoa na tua casa. Aí, tu ficas preparado e sabendo que alguém vai bater na tua porta. É fundamental haver esta comunicação entre os membros da casa para que os riscos sejam minimizados. E, se tu tiveres alguma dúvida ou insegurança, não atende. Nestes casos, é melhor passar por antipático e mal educado do que se arriscar e ser vítima de algum golpe.

Quando o assunto é medo, o negócio é se controlar e facilitar ao máximo a tua segurança e o teu conforto. Se, para isto, tu precisar ser chato, indelicado ou meio rude, azar! É muito melhor passar esta imagem e seguir rumo ao atendimento dos teus direitos do que correr riscos só para ser agradável. Então, bora diminuir o medo e se comunicar em qualquer situação que tu te sintas ameaçado ou violado, DV querido!💙😚 #Acessibilidade #SegurançaDV #InclusãoSocial #DeficientesVisuais #SuperandoMedos

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