“Jujuba, bananada, pipoca, cocada, queijadinha, sorvete, chiclete, sundae de chocolate”...

Vou confessar: amo comer😃! Acredito que a comida representa, não só o que nos alimenta, mas também carinho, amor, estar perto de quem se ama... Entretanto, comer é um ato que me causa desconforto e insegurança na mesma proporção que me deixa feliz e grata. Por isso, é o 3º maior problema que tenho como DV! Primeiro ponto: parou a histórinha de que começamos a comer as refeições com os olhos!! 🤨🤯🙄!! Isto é uma mentira pra quem não enxerga... Comer é uma ação que exige, no mínimo, uma visão razoável, mas não precisamos ver a comida antes para abrir nosso apetite.

Segundo ponto: precisamos de detalhes beeeemmmm específicos sobre o que faz parte dessa hora, então, por gentileza, profissionais dos bares e restaurantes e galera íntima, nos ajudem!😄🥺🤓! Quando comemos fora, especialmente quando estamos sozinhos, temos que ter certeza sobre os ingredientes do prato, por exemplo. Isto é necessário porque nem sempre nosso olfato é 100% eficaz, além dessa descrição ser algo obrigatório pro atendimento de qualidade, ou, pelo menos, deveria ser!

Além disso, precisamos que os atendentes apresentem o cardápio, explicando o que o local serve ou está servindo, e, quando servir, dizer como estão distribuídos os utensílios pela mesa, e, ainda, qual a disposição da comida dentro do prato, tipo assim: “o prato está servido. À tua direita, a tua bebida e talheres. À tua esquerda, os guardanapos e condimentos. No prato, o filé tá do lado direito e a salada no esquerdo.” Esta atenção também deve ser dada pelos familiares e amigos, o que acaba se incorporando na nossa rotina, sem stress.

Terceiro ponto: caso a ocasião for mais informal, algo que não exija ou precise ficar em mesas, é fundamental que também se fale o que e como é a comida, tipo assim: “estou te dando teu prato ou guardanapo e tua bebida. Vou encostar na tua mão.” Assim, saberemos da onde a pessoa vem e pra qual direção devemos nos posicionar, o que facilita nossa vida, obrigada! 🤩! Ah! Vale lembrar que sempre deve-se perguntar se e o que queremos comer ou beber, pois, às vezes, há quem “enfia goela abaixo” alimentos ou líquidos sem sequer saber se queremos! Te liga, porque nossa deficiência é visual, então, não afeta nossa capacidade de escolha, ok?😄🤪🤣!

E, por fim, tem o quarto e pior ponto, na minha opinião: o comer, propriamente dito!😱... Isto porque coisas embaraçosas ocorrem sem querer, como comida caindo fora do prato e do garfo, pedaços cortados maiores que nossa boca, insegurança quando a gente precisa se servir sozinho, pingar comida ou bebida na mesa, tensão pra não se mexer muito pra não virar ou quebrar nada, saber o que tem na mesa quando não nos é dito, conforto e alívio ao comermos algumas coisas com a mão... Calma pessoal! Não sou nenhuma ogra e primitiva que tem zero etiqueta... Sou uma dama bem educada!😏😇🤣!

O fato é que, por mais que tentemos e estejamos atentos, esses probleminhas são acompanhantes da deficiência visual, portanto, o remédio é lidar com essa realidade... Então, a dica é sempre se comunicar. Fala o que te facilita, o que tu precisa, o que tu quer, explicando, não com mega discursos mas pra informar mesmo, o teu problema. Lembra que tu é responsável por ti e, se tu quer ajuda, tu é a primeira pessoa que deve pedir, independente de te oferecerem ou não! E tu, vidente, faz a tua parte também, sendo paciente, atencioso e didático pra ajudar nesse momento tão sagrado e prazeroso. Assim, todos nós exerceremos a inclusão, como deve ser.😜😙😁.

PS: se quiserem, assistam este vídeo do Canal, o qual fala sobre DV e Gastronomia. Detalho sobre como este serviço pode ser mais acessível e inclusivo.☺️